segunda-feira, 31 de março de 2008

Ópera...

Olá a todos.

Aqui a mamã pelos vistos tem jeito para ganhar bilhetes em concursos e na semana passada foi mais um :-)

Num concurso ganhei dois bilhetes para assistir á Ópera Madame Butterfly e então na sexta-feira á noite eu e o papá lá fomos assistir.

Já tinha assistido a algumas Óperas na televisão mas foi muito giro ver ao vivo, e como estávamos perto do palco foi ainda mais emocionante.

O papá em contrapartida ficou a saber que não gosta de Ópera, e além de não perceber nada do que se estava a passar no palco (eu lá lhe ía explicando algumas coisas) acho que o senhor que toca os pratos o estava a irritar :-)
Como eu disse, pelo menos ficou a saber que não gosta de Ópera :-)

O bebé apesar de ter gostado, no último acto não parou quieto e até eu me assustei com alguns saltos que ele deu (deve ter sido por a música no último acto ser mais mexida e por estar perto do palco sentimos mais as vibrações).

O fim de semana apesar de ter sido passado quase a correr correu bem.

Beijitos grandes

quinta-feira, 27 de março de 2008

Desconfio...

... que o meu filho andou a espalhar este convite.






terça-feira, 25 de março de 2008

Páscoa e ecografia.

Olá.

A nossa Páscoa este ano foi passada a 3 (eu, o papá e o bebé). Fomos almoçar fora e demos um passeio. O papá ainda nos comprou um ovo de Páscoa já que este ano não comprámos ovos nem amêndoas para ninguém (só de ver as filas nos supermercados á volta dos doces fugi a sete pés).

Hoje á tarde fomos ver o nosso filhote. E estava tão nervosa que algo pudesse estar mal que dormi mal durante a noite.

Chegámos antes do tempo mas ainda assim tinhamos imensas grávidas á nossa frente.

Fomos ao mesmo médico da ultima vez porque gostámos imenso dele (ao contrário da primeira eco em que apanhei uma médica que detestei).

Como sempre foi muito simpático e explicou tudo o que estava a ver e a medir.

Está confirmado o sexo, é mesmo um rapazolas, e deu para ver o material e tudo :-)

Tem as pernas compridas (tem a quem sair) e está com 568 gramas (um matulão) :-)

Ainda ouvimos o coraçãozinho e ficamos completamente babádos.

Numa altura em que o médico estava a fazer a eco senti o meu bébe e pude ver exactamente o que estava a sentir, e é uma sensação muito gira, impossivel de descrever.

O médico diz que está tudo bem, por isso estou mais calma.

Depois ponho aqui umas fotos do nosso filhote.

Beijitos grandes

quinta-feira, 20 de março de 2008

Novidades

Olá.

Já á algum tempo que não vinha dar novidades por isso aqui estou eu.

No dia 13 tivemos consulta com a obstetra e finalmente o papá foi conhecer a médica que me acompanha.

Apesar de ter engordado 3 kilos desde a ultima consulta está tudo bem, levei nas orelhas para me alimentar melhor mas nada de mais.

Na semana passada também fui receber miminhos da mamã e de amigas que já não via á algum tempo e toda a gente diz que a minha barriga está optima e que estou com melhor aspecto (faz bem ao ego ouvir estas coisas de vez em quando).

Apesar de só ontem ser dia do pai o papá receber a sua prendinha com antecedência porque estava um bocadinho tristinho e quando viu a prendinha do bebé ficou todo babádo :-)

Ontem tive uma enxaqueca daquelas que nem se pode ouvir uma gota de água que parece que a cabeça vai rebentar, mas mesmo assim fomos jantar com o avô materno porque afinal eu também tenho um papá que merece miminhos :-)

Hoje apesar de me doer um bocadinho a cabeça (nada que se compare com ontem) estou muito bem disposta e já tive a tirar fotografias das coisinhas que comprámos e que recebemos entretanto.

O papá ficou todo orgulhoso dos comentários que fizeram ao post dele e cada vez anda mais babádo com a barriguinha.

O bebé mexe muito mas curiosamente cada vez que o pai mete a mão na minha barriga para sentir o bebé pára :-)
O papá já avisou o bebé que se isto continuar assim quando for maior e vier pedir dinheiro para ir ao cinema não leva :-P

De resto por aqui está tudo bem.

Beijitos grandes e uma boa páscoa para todos.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Feliz Dia do Pai!

Para o papá este será o primeiro de muitos dias do pai que vai comemorar.

Sei que daqui a uns anos o nosso filho vai andar tão empolgado com a prenda que vai fazer na escolinha para lhe oferecer neste dia, que com uma semana de antecedência vai acabar por contar ao pai qual vai ser o seu presente.

O nosso filho ainda cá não está fora para ele próprio te dizer que vais ser com certeza o melhor pai do mundo e que tenho a certeza que te adora tanto quanto eu.

Adoro-te muito papá.

Feliz 1º dia do pai!

sexta-feira, 7 de março de 2008

O Círculo

Luz, muita.

Naquela que entra pela janela da casa antiga dos meus pais, vêm-se as pequenas partículas de ar que se tornam magicamente visíveis, flutuando nos feixes de luz projectados pelos buracos ovais dos separadores dos estores. A minha Mãe está em casa, de limpezas, e o meu Pai há-de estar a chegar do trabalho a qualquer momento. Soa demasiado a lugar-comum, mas é tudo grande quando se é pequeno, e toda a casa, que agora consideraria minúscula, é um mundo enorme por explorar para uma criança de 3 ou 4 anos.

Porque é que brinco com as molas, aquelas da roupa, não sei. Lembro-me delas no chão de tacos, e de me sentar junto das mesmas fazendo infindáveis comboios até me fartar e ir a correr para o sofá castanho da sala, em frente à televisão a preto e branco no armário ao lado do bar, feito num improviso de marceneiro pelo meu Pai, e cheio de garrafas de tons vivos com copos coloridos num mosaico de outras tantas cores.

Vivíamos junto à margem do Rio, numa casa arrendada num prédio de três andares, e passeávamos no jardim que ficava ao pé de uma Escola construída a poucos metros de casa. Casados no ano anterior ao meu nascimento, os dois filhos de operários dos caminhos-de-ferro aventuravam-se numa vida de incerteza, em pleno “apertar o cinto” dos inícios de 80, e, apesar das agruras económicas da altura, sempre foram, por muitos e largos anos, a minha âncora afectiva e moral, e a pedra basilar da educação que me tornou quem sou hoje. Não sei quão assustados estariam na altura com a perspectiva dos anos vindouros, mas nunca senti então outra coisa que não a sua constante presença, e guardo essas memórias com especial afecto e, sem querer parecer saudosista, alguma saudade.

Luz, e muita, outra vez.

Esta, passa por uma frincha do estore corrido, japonês, que temos na sala. Sentado no chão, encostado ao sofá, vejo as mesmas partículas, num feixe único, a flutuar no ar. Desta feita, contudo, estou bem mais velho, e já não brinco com molas a fazer comboios ou naves espaciais, entretendo-me antes no fútil exercício de zapping entre os oitenta canais que, para fazer jus à opinião já muito comum, raramente têm uma única escolha de jeito. E, de repente, tenho a estranha convicção de que o que sinto é mais que um deja vu, que é um verdadeiro momento de sincronismo, de repetição quase cósmica do círculo da vida.

É neste prédio de 3 andares em que agora vivemos que uma criança verá a luz entrar pela janela, num chão de madeira que mais parece de tacos, num apartamento que hoje considero minúsculo mas que ele terá como gigantesco de e fascinantes descobertas. É nesta casa, ao pé desta janela ao pé de um jardim ao pé de uma Escola ao pé de um Rio, que alguém criará momentos de magia, para sempre presos na sua memória com ternura e carinho infinitos, e deles falará aos seus filhos.

Serei eu – eu!... - o Pai que entrará pela porta vindo do trabalho no final do dia, no provado e eternamente repetido ritual de saudades diárias e reencontro de que bem me lembro, e que bem constituía um dos pontos altos do dia – quando, aos olhos de uma criança, uma família reunida representava, ali, todo o mundo em casa. E seremos os dois, eu e a minha mulher, a âncora afectiva e moral que levará esta criança para a sua idade adulta, e a tornará alguém orgulhoso de si mesmo e empenhado em levar a cabo o seu papel no mundo.

Na sala, encolho-me um pouco, fingindo ser mais baixo, mais pequeno, que de facto sou. Tento sentir de novo a magia desses dias solarengos da remota infância… Não sinto nada. A inocência não se revive, e essa magia está perdida, guardada, no cofre-forte da memória. Mas sinto, revigorada, a expectativa de uma nova magia que aí vem. De um verdadeiro momento Simba, em que a cria de leão se redescobre, adulto, com um filho nos braços, renovado, em mais um passo desse ciclo sem fim.

Assustado? Não. Honrado.

Vai ser bom ser Pai.