terça-feira, 21 de julho de 2009

Á um ano atrás...

Por esta hora estavam a rebentar-me as águas...
Ao principio pensei que fosse alguma perda de urina (nas ultimas semanas devido ao peso sobre a bexiga tinha algumas), fui á casa de banho e mudei de roupa, quando cheguei á sala senti de novo liquido a sair e vi logo que não era urina mas sim as águas que tinham rebentado.
Cheguei perto do pai que estava no computador a trabalhar e disse-lhe "Acho que temos que ir ao Hospital" ao que respondeu "Tenho tempo de fazer a barba?" :-)
O pai ainda fez a barba e eu ainda tomei um duche, estava calma, mas ansiosa de ir conhecer finalmente o meu filho.
Conforme combinado não ligámos a ninguém, tinhamos decidido entre nós que se por acaso acontecesse á noite não queríamos lá a familia toda á espera quando podíam estar a dormir.
Seguimos para o Hospital, onde nas urgências o enfermeiro parecia duvidar que eu estava de 39 semanas (a minha barriga não era muito grande), segui logo para o piso de obstetricia onde fiquei um bocado na sala de espera para ser chamada.
Quando fui chamada a médica que estava de serviço fez-me um toque (o que fez jorrar mais água), que para variar doeu e ía subindo pela cadeira. Mandou o meu marido fazer a inscrição enquanto eu fui encaminhada para o meu quarto.
O quarto era bastante bom e tinha um sofá/cama para o pai poder ficar comigo.
Claro que de noite não consegui dormir grande coisa, e para ajudar estava com uma dor de dentes horrivel.
Pelas 7h resolvemos ligar á familia para avisar que o Rodrigo ía nascer nesse dia.
Ás 8h como o trabalho de parto não desenrolava e ele estava muito subido resolveram colocar-me um gel para acelarar as coisas...
Durante toda a manhã não acelarou grande coisa, só tinha mais umas contracções mas muito faceis de aturar.
De hora em hora o médico (que foi 5 estrelas) vinha ver-me e como não havia maneira dele descer lá fazia eu força, as enfermeiras empurravam a barriga e nada...
Á tarde as visitas além das do médico de hora em hora, eram de uma enfermeira de meia em meia hora para fazer o esforço para ele descer, mas ele estava teimoso...
Pelas 14/15h comecei a sentir contracções muito dolorosas. Pedi a epidural mas o anestesista estava a assistir a uma cesariana e ainda tive um bom bocado á espera (para mim pareceram horas). Cheguei mesmo a dizer ao meu marido que se o anestesista não chegasse rápido íria eu a pé buscá-lo (para verem como as dores estavam...).
Finalmente o anestesista chegou mas ainda demorei a receber porque cada vez que ele enfiava a agulha tinha espasmos nas pernas. E ainda demorou a acertar no sitio certo da coluna.
Aí passou tudo a ser cor de rosa :-)
Continuei a fazer força com as enfermeiras de 15 em 15 minutos mas de uma das vezes quando me fizeram o toque disseram-me que ele estava a vir de queixo, o que não é bom.
O médico lá veio fazer o toque e o mesmo prognostico. Disse-me que ía tentar fazer o parto normal mas para me preparar porque podería ter que fazer uma cesariana de emergência.
Informou o meu pai que se dissesse que ele tinha que sair da sala de partos ele tinha mesmo que sair.
Lá fui para a sala de partos cheia de medo, passei no corredor pela familia e estavam tanto ou mais nervosos que eu. O médico já tinha falado com eles...
Confesso que durante toda a gravidez tentei nunca pensar naquele momento e ali estava eu...
Na sala de partos fui rodeada por médicos e enfermeiras cheios de máscaras e batas...
Um deles disse-me adeus e quando olhei para os olhos vi que era o meu marido, senti-me mais sossegada.
A epidural começou a perder o efeito e levei o reforço quando cheguei á sala de partos.
Lá comecei a fazer força, diziam-me que não era assim a força (estava a fazer como me ensinaram na preparação para o parto) e passado duas ou três vezes de fazer força saltou-me uma enfermeira em cima da barriga (literalmente), disseram-me que já estava, que já tinha nascido, mas eu continuava a senti-lo lá dentro... pediram-me para fazer mais força e saiu o corpo dele (da primeira vez tinha saido só a cabeça), senti um alivio lá em baixo :-)
Eram 17:10h
Olhei para ele na mão do médico e pensei como é que ele estava lá dentro? Pareceu-me muito grande para a barriga pequena que tinha.
Limparam-no um pouco e puseram-mo em cima da barriga com o rabiosque virado para mim enquanto o pai cortava o cordão. Disseram que podía tocar-lhe (acho que tinha medo de não ser real) e lá o agarrei na perna direita. Viraram a cara dele para a minha e lá lhe fiz umas festas(naquele momento o meu mundo parou, mais nada havía, só eu, ele e o pai.)
Levaram-no para uma sala ao lado (separada só com vidro) e tentei olha-lo e focar-me nele enquanto era cosida (o efeito da epidural só chegou no fim de ser cosida). O pediatra que assistiu ao parto veio dizer-me que ele estava bem, estava optimo.
Lá seguiu para o aquecimento ao colo do pai enquanto eu tentava concentrar-me numa prateleira de medicamentos ao lado e lía os nomes para não pensar na dor (claro que hoje não me lembro do nome de nenhum :-))
As pernas ficaram dormentes e tive que ter ajuda das enfermeiras para mudar para a minha cama. Segui para o recobro, onde pouco tempo depois o recebi de braços abertos. Enchi-o de mimo, beijinhos e ele olhava-me com os seus olhos muito espantados como que a querer perceber o que dizia.
Pouco depois chegou o pai, e desde esse momento que a nossa familia passou a ser muito mais feliz.
Com certeza amanhã vou reviver todos estes momentos e provavelmente vou chorar, mas será de felicidade e do mais puro amor.
Meu filho és a pessoa mais importante nas nossas vidas. Amamos-te mais do que tudo.
Já falta pouco para comemorares o teu 1º de muitos aniversários.

1 comentário:

SweetPie disse...

LIIIIIIIINDO texto...lindo!
Beijos